Complacência não, Internalização sim!
Nem sempre nos detemos para nos
auto-avaliar. Vamos tomando decisões aqui e lá sem a arte do discernimento. Um
critério importante para avaliar nossas atitudes é nos perguntar se estamos
fazendo as coisas porque estamos seguindo a corrente por medo a sermos julgados pelas pessoas; ou se estamos atuando
de determinada maneira porque essa atitude está em consonância com nosso sistema de
valores, valores nos quais acreditamos de verdade.
Infelizmente, estamos acostumados
a seguir o padrão de uma grande maioria, ou o que está de moda no momento. Não
estamos chamados a ser marionetes nas
mãos de um sistema de corrupção que prega modinhas ou dita “valores” da
sociedade pós-moderna que em grande medida só pensa no bem estar pessoal e
esquece das pessoas desfavorecidas ao ser redor.
Uma pessoa madura desde um
compromisso verdadeiramente ético é aquela que é capaz de fazer as coisas não
por complacência, medo ou vergonha de não ser aceita no grupo; mas aquela que
atua desde um compromisso tal com o sistema de valores, que ainda que seja
excluída da grande massa, sabe que atuou de maneira correta, e se sente em paz
por atuar desde um princípio de moralidade. Maduro é quem se arrisca e escreve
a própria história sem ser fantoche.
Em outras palavras, podemos dizer
que atuar desde a internalização permite a pessoa ser ela mesma, desde uma
motivação mais pura. Fazer uma opção séria na vida, desde a internalização dos
valores, é apostar em um futuro sem remordimentos, porque na verdade sabe que
foi responsável inclusive quando as coisas não saíram tão bem. No fim, atuar
desde a internalização é permitir-se equivocar, é estar em continuo processo de
aprendizagem e de construção de si mesmo. Viver desde a complacência é ser e
fazer o quê os outros querem de mim, é no fim, viver uma vida sem desafios, sem
conquistas, só por medo e vergonha de pensar por si mesma e atuar “se molhando”
pelos grandes ideais. Jesus foi um mestre na arte da internalização, ele levou até as últimas consequências os valores do Reino.
Santo Agostinho mesmo nos lembra
que se colocamos amor nas coisas elas têm sentido, e se retiramos o amor elas
se tornam vazias. O amor é o que nos faz únicos e responsáveis. Quem ama já
está em bom caminho porque o amor não é egoísta. É bem diferente atuar de
determinada maneira por medo a ir pro inferno ou atuar assim porque no fim
possui parcelas de céu dentro de si.
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